Entenda a doença de Ménière

A doença de Ménière é uma condição comum no dia-a-dia de nossa especialidade, porém desconhecida do público em geral, tentarei abordar de forma sucinta neste texto com intuito informativo para pacientes e médicos não especialistas.

É um distúrbio do labirinto (labirintopatia) de causa não definida caracterizadopor  episódios de vertigem recorrentes associados à perda auditiva, zumbido e sensação de ouvido entupido.  É a segunda labirintopatia mais prevalente em nosso meio. Acomete mais adultos em torno da quarta década de vida. Afeta quase que igualmente ambos os sexos embora haja uma prevalência ligeiramente maior em mulheres.

Somente cerca de 30% dos pacientes com Doença de Ménière apresentam-se com o quadro clássico no início da evolução clínica. Em geral, a crise de vertigem, zumbido e perda auditiva costumam  ter duração de 30 minutos a 24 horas e regride de forma gradual, embora alguma instabilidade corporal possa persistir por alguns dias. Segundo alguns autores, as crises podem aparecer em decorrência de estresses emocional, ingestão excessiva de alimentos com alto teor de sódio ou de glicose. Com a evolução da doença pode haver progressão da perda auditiva e diminuição da intensidade das crises vertiginosas.

Um quadro que assusta bastante alguns pacientes e que ocorre em cerca de 6% dos pacientes com Doença de Ménière é a chamada crise otolítica de Tumarkin ou drop attack vestibular que o paciente é jogado subitamente ao solo sem perda de consciência pela supressão repentina do reflexo vestíbulo-espinhal.

Alguns exames relacionados à especialidade são solicitados. Dois são mais específicos, a saber: a eletrococlegografia e o VEMP (potencial evocado miogênico). Uma rotina laboratorial visando descartar causas metabólicas deve ser solicitada e inclui um hemograma, dosagem de hormônios da tireoide, lipidograma, pesquisa de sífilis, dentre outros. Os exames de imagem como tomografia computadorizada de mastoides e ressonância magnética são solicitados para a exclusão de outras etiologias que causam sintomas auditivos semelhantes e para a identificação de achados característicos da Doença de Ménière.

Não existe tratamento específico para a Doença de Ménière. O tratamento é direcionado à prevenção e redução da intensidade das crises. Começa com medidas não-medicamentosas como redução da ingestão de alimentos com alto teor de açucares, de sal, de bebidas alcoólicas e cafeína.

Não existe consenso quanto ao tratamento com medicamentos, mas alguns estudos indicam benefícios com o uso da betaistina e de diuréticos.

Nos casos que o tratamento conservador é ineficaz e o paciente persiste com sintomas incapacitantes, o tratamento cirúrgico está indicado (quimiocirurgia com gentamicina, descompressão de saco endolinfático e neurectomia do nervo vestibular – em ordem de complexidade).

 

Fonte: http://drmarcioniemeyer.med.br

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