O aparelho auditivo e suas indicações

Os aparelhos auditivos, as próteses auditivas ou por nós chamados de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) têm por finalidade modificar as características do som e sua intensidade de modo a utilizar o resquício de audição do deficiente auditivo.

A protetização é um processo que envolve não só a simples colocação do aparelho auditivo, mas também adaptá-lo às necessidades do paciente quanto a melhor tecnologia, ao apelo estético, um processo de conscientização quanto ao seu uso correto e esclarecimento quanto a eventuais preconceitos disseminados em relação à ineficácia do dispositivo. Caso o processo de protetização não seja feito de forma correta levará a uma insatisfação do usuário, ao abandono do uso do aparelho e à reafirmação de uma ideia errônea, já difundida no público leigo, de que as próteses auditivas são ineficazes.

O diagnóstico da perda, a identificação da causa, a indicação do aparelho auditivo, bem como o acompanhamento do paciente após a protetização são atributos do médico otorrinolaringologista e caso este acompanhamento não seja feito adequadamente, o processo adaptativo será colocado em risco.

De uma forma geral, o avanço experimentado nos últimos anos na tecnologia também foi integrado aos aparelhos auditivos. Hoje são digitais, ou seja, o som captado é transformado em dígitos e através de operações aritméticas é adequado ao tipo de perda auditiva do paciente, proporcionando melhor qualidade sonora, conforto, confiabilidade, direcionalidade e melhora do aproveitamento do campo de audição. Alguns apresentam conectividade com aplicativos de celulares e tecnologia wi-fi atraindo inclusive o público mais jovem. Houve também uma miniaturização dos seus componentes tornando-os cada vez menores e, portanto quase imperceptíveis.

Quanto ao tipo existem quatro tipos de próteses auditivas:

  • Retroauriculares – são os colocados atrás da orelha. De uma forma geral, se o paciente não for bem orientado, eles têm uma aceitação menor devido à questão estética, porém sua caixa tem sofrido um processo de miniaturização tornando-o praticamente imperceptível. Estão indicados a todos os tipos de perda auditiva. Muito utilizados em paciente mais idosos, em crianças e em pacientes com perda de audição mais acentuada;
  • Intra-auriculares – sã os moldados para ocupar a concha (a parte côncava do pavilhão auditivo) e o conduto auditivo externo. Estão indicados nas perdas leves a severas;
  • Intracanais e microcanais – os intracanais ocupam o meato acústico externo, já os microcanais são colocados completamente dentro do conduto auditivo externo. Não são indicados em crianças e idosos, nestes devido à modificação do conduto auditivo pelo processo de envelhecimento e pela dificuldade de coordenação motora e naqueles devido ao crescimento.

É importante ser ressaltado que o diagnóstico da deficiência auditiva em recém-nascidos deve ser feito de preferência até os três meses de idade para que estejam em tratamento até os seis meses de vida com objetivo de garantir-se a integração psicossocial e familiar semelhante às crianças normais. Por outro lado a perda auditiva no idoso agrava o déficit cognitivo e há uma relação entre a perda auditiva, a depressão e o declínio funcional nos pacientes idosos com deficiência auditiva.

 

Autor: Dr. Marcio Niemeyer de Souza  – CRM – G0: 16757 | RQE: 8269

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